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Transformação Social através da Economia Criativa e do Empreendedorismo Negro

Foto de Anna Shvets: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-de-blazer-preto-sentada-na-cadeira-de-escritorio-preta-3727464/

No período colonial, as quitandeiras – muitas vezes mulheres negras, desempenharam um papel crucial ao identificar oportunidades de negócio e gerar renda, vendendo produtos como alimentos e artesanatos em mercados locais. Assim, nós, mulheres negras, sempre empreendemos para garantir nosso sustento: nossas ancestrais foram para as ruas vender comidas e serviços para manter suas famílias.

O empreendedorismo negro e social, negócios criados e liderados por pessoas negras, com foco na geração de impacto social positivo e na valorização da comunidade negra, combate desigualdades, fortalece a economia da comunidade negra e promove soluções para problemas sociais. Neste sentido, ainda enfrenta barreiras históricas e estruturais que limitam seu alcance, apesar da trajetória de resistência à exemplo das quitandeiras, das nossas baianas de acarajé e de mingau.  

Como mulher negra de Salvador, vivi e presenciei de perto estes desafios, mas também o poder transformador que surge quando criamos nossos próprios caminhos e fortalecemos nossas redes. Empreender, para mim, nunca foi apenas abrir um negócio: é construir pontes, gerar autonomia e afirmar identidades. O empreendedorismo negro carrega uma força coletiva — valoriza nossa cultura, cria oportunidades para nossa comunidade e enfrenta de frente as desigualdades. 

Ao longo da minha trajetória no Instituto Mídia Étnica e na Lua Azul Produções, pude testemunhar como projetos culturais e criativos não apenas geram renda, mas também fortalecem narrativas e individualidades. Quando aliados à economia criativa, ganham ainda mais potência, transformando arte, cultura e inovação em motores de inclusão e desenvolvimento. Iniciativas de tecnologia social demonstram que, quando investimos em pessoas negras, estamos investindo no futuro do Brasil.

Acredito profundamente no poder do coletivo. Quando uma empreendedora negra se fortalece, ela abre caminho para muitas outras. Que possamos seguir ocupando mais espaços, contando nossas histórias e transformando realidades — porque nosso talento, nossa cultura e nossa voz são parte essencial do futuro que queremos construir.

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Raíssa Ramos:
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